Pesquisadores brasileiros, estrangeiros, estudantes de graduação e pós-graduação, profissionais das áreas da saúde, ativistas, representantes de indústria e outras de interesses afins participaram do VI Workshop Nacional da Rede TB, ocorrido no dias 22 e 23 de junho, no Rio de Janeiro (RJ).

Os principais temas relacionados à pesquisa e inovação, diagnóstico, tratamento e controle da tuberculose nos seus mais variados aspectos foram contemplados nas cerca de 50 palestras realizadas por meio de conferências e mesas redondas, resultando em importantes discussões e troca de conhecimentos entre os participantes.

O presidente da Rede TB, Afrânio Kritski, destacou que, desde a criação da Rede em 2001, a interdisciplinaridade caracteriza os encontros do grupo, mas nas últimas edições houve um refinamento nesse sentido. “Hoje, quem participa da Rede são pesquisadores que aprenderam a ouvir os outros olhares… a nossa proposta prioritária é um trabalho interdisciplinar e intersetorial. A Rede abarca desde a pesquisa básica, identificação de moléculas para novos fármacos ou vacinas ou testes diagnósticos, até estudos sociológicos, antropológicos ou econômicos. Você acompanha o biologista molecular falando de DNA e ouvindo palestras sobre estudos qualitativos, enquanto que enfermeiros, psicólogos participam de discussões sobre novos fármacos. Isso é muito novo. Eu desconheço reuniões assim em outras áreas no Brasil”, explica.

No final de 2014, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elegeu a Rede TB como modelo a ser seguido por outros países no combate à tuberculose. Esse reconhecimento, que é produto da seriedade e diversidade do trabalho dos seus pesquisadores, contribui para a visibilidade e a capacidade de articulação da Rede com diferentes atores nacionais e internacionais na promoção da pesquisa sobre tuberculose, o que foi destacado em diversos momentos do VI Workshop Nacional da Rede TB.

Um avanço dos últimos anos, foi a aproximação com o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) do Ministério da Saúde, no qual a Rede TB tem incentivado a busca por soluções conjuntas para os problemas por meio da pesquisa, da produção de conhecimento científico. “A parceria é franca, a gente tem diferenças, mas o nosso foco principal é o paciente e seus familiares”, afirma o presidente da Rede TB, Afrânio Kritski.

(Denise Arakaki - Coordenação Geral do Programa Nacional de Controle da Tuberculose/DEVIT/SVS/MS)

O mundo livre da tuberculose até o ano de 2035. Essa é a visão da estratégia definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem metas arrojadas para estimular os países a aumentarem a velocidade na redução da incidência da doença, chegando a menos de 10 casos e menos de uma morte por 100 mil habitantes. Para alcançar os objetivos, Pesquisa e Inovação entram como um dos três pilares da ação global, também considerados no plano do Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) do Ministério da Saúde.

A coordenadora geral do PNCT, Denise Arakaki, defende que é preciso mudar a ideia de que pesquisa é da academia e serviço é do profissional de saúde. Urgente construirmos um trabalho sinérgico, ter uma fala comum. Os desafios são muitos e a responsabilidade do Brasil é grande. Sozinho, o país responde por 1/3 dos casos de tuberculose das Américas, uma das seis regiões da divisão mundial considerada pela OMS. “Se não cumprirmos as metas, a região das Américas não consegue atingir as metas, então, precisamos agilizar processos, cumprir as metas. Depende do nosso desempenho”, destacou a coordenadora durante conferência proferida no VI Workshop da Rede TB.

(Ezio Távora - Rede TB)

O pesquisador Ezio Távora falou do resgate do viés de mobilização comunitária na Rede TB, especialmente quando completam 10 anos da realização do primeiro wokshop de engajamento comunitário em pesquisa. O objetivo é capacitar ativistas para pensar a tuberculose e a TBHIV no âmbito das pesquisas e usá-las como incidência política. É a possibilidade de transformar os ativistas por meio do conhecimento científico e popular, se apoderando e atuando na produção científica de forma a influenciar os processos.

Um trabalho multicêntrico sobre TB-MDR que ocorre em 11 países está avançando internacionalmente esse componente de engajamento em pesquisa desenvolvido pelos Centros Comunitários de Acompanhamento em Pesquisa (CCAPs). O movimento visa introduzir na Tuberculose o que foi feito na Aids a partir da década de 90, quando os ativistas tinham grande capacidade analítica, crítica e propositiva. A epidemia atacou primeiro pessoas de classe média, brancas, com boa interlocução com a mídia, imprensa e academia. Na medida em que a Aids empobreceu e também foi tendo resposta, essa capacidade diminuiu.

A conferência de abertura do segundo dia do VI Workshop Nacional da Rede TB foi feita pela coordenadora geral do Programa de Pesquisa em Saúde do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Raquel de Andrade Lima Coelho, na qual apresentou as estratégias de ação do CNPq para a temática da Tuberculose na atual condição de restrição orçamentária para financiamento de pesquisas.

Desde 2015, vem ocorrendo um recuo das verbas oferecidas pelo CNPq e, em 2016, foi registrada uma queda ainda mais expressiva como resultado dos cortes de investimento da agência. Parcerias com outras agências de fomento nacionais e com órgãos internacionais e Medidas Provisórias têm sido o caminho utilizado para cumprir, prioritariamente, as responsabilidades com os projetos em andamento e já assumidos pelo CNPq.

(Carla Patrícia – coordenadora do Grupo de Apoio à Prevenção da Aids do RS e socióloga)


A exposição da socióloga Carla Patrícia trouxe uma reflexão crítica acerca do caráter simbólico do lugar que a mobilização social e o engajamento ocupam no universo da pesquisa em tuberculose, no qual ainda predomina o discurso da área biomédica em detrimento das abordagens qualitativas, que pensam o sujeito de forma mais integrada e suas especificidades.

Se faz necessário um exercício para perceber que os Centros Comunitários de Acompanhamento em Pesquisa (CCAPs) e os ativistas somente são considerados um braço importante na construção dos processos quando são uma exigência do financiador. Fora isso, têm sido interpretados como "algo" que pode atrapalhar, pois trazem novas perspectivas e formas de fazer a serem considerados. Para Carla, há uma compreensão frágil dos pesquisadores quanto ao papel destes atores nas experiências já vivenciadas, além da prática de uma relação de poder verticalizada. Em geral, entende-se que eles terão uma função operacional e não a de soma dos saberes que cada um pode integrar à pesquisa.

(João Perdigão – Instituto de Higiene de Medicina Tropical – Universidade Nova Lisboa, Portugal).


O trabalho realizado na Universidade Nova Lisboa, em Portugal, apresentado pelo pesquisador João Perdigão, propõe pensar a questão da tuberculose de forma mais abrangente, começando pelo contexto da comunidade dos países de língua portuguesa, que ocupa uma área de quase 11 milhoes de km2 e possui cerca de 258 milhões de habitantes no planeta. A taxa de incidência da doença varia muito nestes países, que têm alguns entre os 30 mais afetados pela tuberculose, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os objetivos da pesquisa são fornecer uma perspectiva lusófona acerca da estrutura de Mycobacterium tuberculosis, da estrutura populacional e da sua diversidade. Identificar agrupamentos (clusters) que são específicos, mas também aqueles transnacionais e instigar uma associação entre eles, fazendo com que isso culmine numa base de trabalho para a vigilância epidemiológica em tuberculose na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

(Pedro Almeida Silva - FURG)


O estudo apresentado pelo pesquisador Pedro Almeida e Silva mostra que as bombas de efluxo são mecanismos de resistência aos antimicrobianos usados no tratamento contra o bacilo da TB: Mycobaterium tuberculosis. As bombas são proteínas transportadoras que extraem substratos de dentro para fora da célula e alguns destes substratos são os antimicrobianos.

Anteriormente, as evidências eram levantadas em cepas de laboratório, mas, de alguns anos para cá, esse mecanismo vem sendo identificado em isolados clínicos. As análises expõem que o efluxo pode ser uma etapa prévia da resistência clínica e funcionar em sinergia com as mutações para aumentar o nível de resistência, participando do seu processo evolutivo. Há também a situação em que um sistema de efluxo, chamado de “bomba estrela”, pode estabelecer múltipla resistência, num quadro ainda mais crítico.

(Kleydson Andrade – Programa Nacional de Controle da Tuberculose – PNCT - ponto focal do programa na pesquisa)

O processo de monitoramento da Rede de Teste Rápido passa continuamente por revisões desde a sua implantação em 2014 com o objetivo de melhorar a operacionalidade do sistema, os dados e os resultados gerados a partir da rotina laboratorial no país. Os tipos de revisão e lições aprendidas retiradas deste trabalho foram apresentados pelo ponto focal de pesquisa do Programa Nacional de Controle de Tuberculose (PNCT), Kleydson Andrade.

Além dos próprios objetivos da Rede, foram revisados os dois instrumentos de trabalho utilizados pelos monitores e coordenadores de programa nos estados e municípios: uma planilha eletrônica e um formulário de consolidação de dados, preenchidos e enviados mensalmente ao PNCT. Estes insumos (quantidade de cartucho utilizado, de módulo com defeito, de teste com MTB detectado/não detectado, resistente/sensível à rifampicina, resultados indeterminados) são transformados em um relatório, que é discutido internamente do ponto de vista epidemiológico e laboratorial, e retornam com uma devolutiva para os próprios profissionais da ponta.

(Anna Cristina Carvalho – IOC Fiocruz)


O objetivo da pesquisa apresentada pela Anna Cristina Carvalho foi estimar a prevalência do episódio depressivo maior e os fatores clínicos epidemiológicos associados a essa ocorrência, envolvendo pacientes com suspeita de tuberculose e sintomáticos respiratórios atendidos no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ). O estudo realizado de 2015 a 2016 foi do tipo transversal com diagnóstico levantado a partir de questionários padronizados e validados internacionalmente.

O paciente com depressão procura menos o serviço de saúde, por isso tem maior propensão à progressão da doença, além do alto risco de abandono do tratamento e do surgimento de resistência. O componente psiquiátrico torna a interação das doenças altamente complexa, mas os determinantes sociais também têm destaque no desfecho do tratamento.

(Alexandre Costa – IBMP- Fiocruz - PR)


O pesquisador da Fiocruz, Alexandre Costa, apresentou os resultados preliminares de uma plataforma portátil de qPCR, o “Q3”, que visa atender os diferentes níveis de atenção ao paciente. O objetivo é que o equipamento ofereça não só facilidade de operação, como é o caso de outros modelos já utilizados, mas, principalmente, possa ser carregado e utilizado sob qualquer condição. Nesse sentido, um Point of Care (POC) se torna um “Point of Need”, com mobilidade para atender os pontos de necessidade.

A ideia é que esta plataforma seja um equipamento simples, capaz de realizar uma reação de detecção molecular em TB em qualquer lugar. O “Q3” é do tamanho de uma máquina de cartão de crédito e opera com um chip de silício.
Em 2015, por meio do apoio da Rede TB, os pesquisadores responsáveis fizeram a comparação da reação padrão realizada com o “Q3” e o ABI7500, plataforma similar oferecida no mercado, utilizando reagentes importados e reagentes produzidos no Paraná e o resultado foi muito satisfatório. As curvas dos equipamentos possuem sensibilidades comparáveis. Na nova etapa de testes, alguns pontos da curva de calibração estão sendo repetidos, mas desta vez com um passo à frente, com os equipamentos em Porto Alegre, em um ambiente diferente, outro laboratório, outras pipetas.

(Elisangela Silva – UFRJ/UENF)


Pacientes com tuberculose apresentam perda de peso acentuada e a consequente deficiência de vitaminas. Os fatores de desnutrição estão associados ao tecido adiposo, tecido inflamatório que modula respostas a agentes infecciosos. Logo, a sua alteração pode levar a mudanças nas respostas imunes a esses agentes.


Pensando nisso, a pesquisa apresentada pela Elisângela Silva busca compreender se a perda de peso em pessoas diagnosticadas com o Mycobacterium tuberculosis pode estar relacionada ao desfecho desfavorável no tratamento anti-TB, como nos casos de morte ou falha no tratamento.


O que pode ser levantado com a pesquisa indica que, de fato, em pacientes desnutridos, a infecção por Mycobacterium tuberculosis leva a uma alteração da imunidade, promovendo alteração física e metabólica, modulando a resposta inflamatória.

(Silvana Spíndola Miranda e Isabela Almeida - UFMG)

A pesquisadora Isabela Almeida representou a professora Silvana Spíndola na apresentação da análise de custos e da validação laboratorial do KIT-SIRE Nitratase, teste fenotípico que faz o teste de sensibilidade do Mycobacterium tuberculosis em relação aos quatro fármacos de primeira linha. O kit foi desenvolvido numa empresa nacional por meio de uma transferência de tecnologia da UFMG, com apoio da Rede TB. A técnica utilizada é baseada no mesmo princípio da prova do nitrato.

Após uma primeira etapa de validação, que permitiu identificar falhas e melhorias à técnica, a coordenação da Área Diagnóstica da Rede TB coordenou os novos testes realizados numa amostragem mais ampla, que incluiu painéis estudados por 11 sites localizados no Brasil e em Portugal, especificamente em Lisboa, posteriormente discutidos também em um workshop. Ao final, o cálculo da acurácia, na concordância do método nitratase com o padrão utilizado anteriormente, obteve resultados muito bons. O material foi transformado em produto e se tornou o único kit comercial do mundo com esta técnica.

(Naomi Kowaoka Komatsu – SMS-SP)


Os resultados de um projeto voltado a pacientes com tuberculose em situação de rua na região central de São Paulo foram apresentados pela profissional Naomi Kowaoka. O objetivo foi fortalecer a estratégia de adesão ao Tratamento Diretamente Observado (TDO) e melhorar sua qualidade com atividades terapêuticas, bem como o acompanhamento dos pacientes por meio de exames, orientações e atividades culturais.


Foi contratada uma equipe auxiliar composta por agente social, assistente social e psicólogo para trabalhar junto às atividades de consultório de rua já existentes. A estrutura permitiu maior proximidade com os pacientes, inclusive nos fins de semana, garantindo o êxito do TDO e o fortalecimento da rede de proteção dessa população.

(Elena Lassouskaya e Fabrício Moreira – UFRJ/UENF)


A pesquisadora Elena Lassouskaya apresentou dados do estudo que analisa a relação entre virulência e imunopatogenicidade do bacilo da Tuberculose: Mycobacterium tuberculosis.

A imunopatogênese da tuberculose pulmonar está associada à formação de granulomas nos pulmões. Granuloma é uma característica da tuberculose, que pode contribuir para a proteção do hospedeiro, por meio da contenção e eliminação de bactérias, ou para a imunopatologia, promovendo a destruição de tecidos e a disseminação e transmissão bacteriana.

A análise que lhe apresento foi realizada a partir da infecção de camundongos resistentes com cepa hipervirulenta de tuberculose. Os resultados sugerem que esse quadro de infecção reproduz a patologia necrótica e está associada ao aumento do recrutamento de neutrófilos. O tratamento com rifampicina reduziu as cargas micobacterianas nos pulmões e, em menor medida, a extensão das lesões necróticas. O ibuprofeno (droga anti-inflamatória) reduziu lesões e necrose, e em menor medida, os números bacterianos no pulmão, abrindo novas perspectivas para terapia adjuvante na TB, principalmente nos pacientes com resposta hiperinflamatória.

(Rafael Galliez – UFRJ)


Considerando as dificuldades cada vez maiores da gestão de leitos nas unidades de saúde, a pesquisa apresentada por Rafael Galliez teve o objetivo de apresentar o desenvolvimento de um modelo preditivo de retirada de pacientes com tuberculose do isolamento respiratório, baseado em regressão logística.

A consciência do alto risco biológico da doença, tanto para pacientes quanto para profissionais, torna o isolamento respiratório de pacientes com suspeita de TB pulmonar uma questão prioritária no cotidiano dos hospitais. A ferramenta em desenvolvimento na pesquisa, acessível pela internet e também utilizável em celulares e tablets, com código aberto, busca agilizar a identificação de pacientes com baixo risco de tuberculose indicados para isolamento afim de resolver a equação logística e amparar na decisão da ocupação de vagas, especialmente nos casos de demanda de muitos pacientes.

(Delia Boccia – London School Tropical Hygiene - UK)


Uma das ferramentas biomédicas consideradas para alcançar as metas da estratégia da Organização Mundial da Saúde (OMS), que visa acabar com a tuberculose até 2035, é uma nova vacina capaz de trazer resultados mais eficazes contra a doença. No entanto, as previsões indicam que a nova vacina só estará disponível em 10 anos. Por outro lado, a capacitação das ferramentas de proteção social e cobertura de saúde universal são uma outra maneira de acelerar o declínio da incidência da tuberculose, pois atuam diretamente no enfrentamento dos determinantes sociais.

A pesquisadora Delia Boccia apresentou uma gama de informações acerca de iniciativas de proteção social realizadas em todo o mundo, incluindo programas brasileiras como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, com indicação de especificidades e caminhos de pesquisa que demonstram grande potencial de rendimento para ir ao encontro dos objetivos da OMS.

Nesse contexto, falou do projeto “SOPHIA: proteção social para melhoria e acesso à saúde”, que trabalhará estas novas abordagens no Brasil com uma equipe multidisciplinar sob a liderança do Programa Nacional de Controle de TB em colaboração com o Banco Mundial.

(Rafael Galliez – UFRJ)

Uma tecnologia capaz de integrar em formato eletrônico os dados de diversos formulários para triagem e diagnóstico de pacientes com tuberculose está em uso no CMS Caxias. A ferramenta tem interface para ser usada em computadores, celulares, tablets e, uma vez carregado o formulário, consegue se manter, independente da variação da conexão com a Web, evitando o problema do dado intermitente.

O pesquisador Rafael Galliez apresentou o formulário da fase inicial de acompanhamento do estudo, que permite a coleta por perguntas sim e não e a inserção de imagens do radiograma de tórax. O profissional pode visualizar posteriormente as informações e resultados para análise e comparações por meio de gráficos e até de mapas e fotos oriundos de outros tipos de dados.

O formulário também oferece o uso do próprio escore. Após o preenchimento, é definida a pontuação e os riscos de TB pulmonar de cada paciente. Além de diminuir a quantidade de janelas, instrumentos e papeis utilizados pelos profissionais da saúde, toma menos tempo do paciente, que pode, inclusive, ser entrevistado enquanto aguarda na fila do hospital.

(Anikka Sweetland – Universidade de Columbia)


Aproximadamente metade das pessoas com tuberculose tem depressão. E a tuberculose pode causar depressão assim como a depressão pode causar tuberculose. O estudo desenvolvido pela pesquisadora Annika Sweetland busca compreender como se dá a relação entres as duas enfermidades e o fator pobreza, por meio do novo marco teórico denominado Syndemic, e pensar formas de melhor diagnosticar e tratar estes pacientes.

Um quadro é considerado sindêmico quando duas ou mais condições de naturezas biológica e social (vulnerabilidade e constrangimentos sociais, aspectos nutricionais, efeitos secundários do próprio tratamento, etc) atuam sinergicamente para piorar a enfermidade. Nesse caso, os resultados costumam ir no mesmo caminho: fracasso e abandono do tratamento, resistência à medicação, transmissão da doença a terceiros e morte.

(Mirian Miranda Cohen – INI - Fiocruz)

Mirian Cohen falou sobre a experiência de implantação da Gestão da Qualidade na Fiocruz, que culminou com a inclusão da rubrica na estrutura de governança, o que significa a preocupação e a concordância da direção com a busca constante pela excelência nas práticas da organização. Um grupo de 11 gestores e profissionais se reuniu semanalmente para discutir e aprimorar o sistema, de forma que a aplicação das normas adequadas ao escopo de Ciência e Tecnologia foi feita com a participação de pessoas envolvidas nos mais diversos processos da instituição (produção, laboratório, ensino, pesquisa, etc).

Os principais objetivos foram fomentar a cooperação e a integração entre áreas, um desafio em função do tamanho gigantesco da Fiocruz, e desenvolver uma cultura da qualidade com valores positivos e de motivação das pessoas, na qual todos assumam o compromisso pela melhoria contínua dos processos com a consciência da responsabilidade pública dos seus serviços

(Julio Croda – UFGD/Fiocruz-MS)


O pesquisador Julio Croda apresentou dados referentes à situação da tuberculose em pessoas privadas de liberdade no Mato Grosso do Sul (MS) e demonstrou que não há como acabar com a doença neste estado e no país sem ações estratégicas no sistema prisional. Dos novos casos notificados no MS, 15% são de pessoas encarceradas, sendo boa parte jovens adultos de 20 a 29 anos. A taxa de notificação cresceu neste contexto, enquanto diminuiu na população geral.

Atualmente, o Brasil é o quarto país no planeta com maior número de presos, vivendo em condições precárias, de superlotação – 65% acima da capacidade das instalações. A taxa de encarceramento também está entre as maiores do mundo: 275/100 mil pessoas e, segundo o Governo Federal, a tendência é de crescimento.

(Suely Conceição Alves Silva – doutoranda UFRJ)

 A pesquisa da Suely Conceição Alves busca compreender como se deu o processo de incorporação tecnológica no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do mapeamento de uma rede de cenários (nacional e internacional) e atores que compõem este processo. As chamadas “salas de negociação” são um dos pontos utilizadas para pensar, a partir da ideia de poder, os valores e as intencionalidades envolvidos neste contexto; e como se constroem as disputas e seus efeitos, que definem como a incorporação tecnológica do SUS se dá na prática. Nesse contexto, refletir também se há potencial para serem incluídas as tecnologias não materiais no campo do cuidado, já que no modelo biomédico as materiais são predominantes. 

Baixe o material das palestras

Dia 22

Alexandre Almeida - Biomarcadores

Alexandre Costa - Q3 - Fiocruz -PR

Annika Sweetland TB Depression

Claudete Araujo Biomarcadores

Denise Arakaki -22-06-2017

Delia Boccia Presentation

Elis Regina Epidemio Molec RS

Elena Lassouskaya

Erica Chimara Xpert SP

Ethel Maciel Epidemio Molec

Fatima Fandinho Xpert

Julio Croda TB em prisoes

Joao_Perdigao_Rede_TB2017

Isabela TB Sprint_

Kleydson_WorkshopREDETB_22.06

Karen Gomes - Infecção Mista - Fiocruz

Leo Ribeiro - Estudos in vitro

Leonardo Santana Baiha

Mayla Melo Biomarcadores Neutrofilos

Monica Kramer

Regina Barcelos - Biometrix

Silvana Spindola KitSIRE_Custo

Tonya Duarte Epidemio Mol BA

 

Dia 23

Afranio Kritski TB  Consultorio de Rua

Anna Crisitina - Karina - TB e Depressão

Camila Guindalini - Conhecimento

CamilaDonnola - Homeless - TB

Cristina Pessoa - Segurança - Gestão Qualidade

Denise Rossato - TB DM - MIF

Domingos Alves- Informatização

Edna Ferreira Politicas de Saude

Elisangela Silva - Biomarcadores TB Desnutrição

Fabio Mota Mapeamento BRICS

Janaina Leung - Abordagem Contatos

Luiz Evora - TWIST Systems - Escore TB MDR

Luiz Ricardo - Mobile Technologies

Margareth Dalcolmo - TB MDR Esquemas terapeuticos

Miriam Cohen Gestao Qualidade

Naomi Komatsu PACTU

Pedro Eduardo Almeida da Silva WORKSHOP RIO 2017

Rafael Galliez - Modelo para retirar do Isolamento Respiratório

Raquel Coelho - Papel do CNPq - Pequisa em TB

Sueli Alves Silva - Incorporação Tecnologias

Valeria Rolla - Toxicidade e interação farmacologica em TB-HIV

Sobre a REDE-TB

A Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose (REDE-TB) é uma Organização Não Governamental (ONG) de direito privado sem fins lucrativos, preocupada em auxiliar no desenvolvimento não só de novos medicamentos, novas vacinas, novos testes diagnósticos e novas estratégias de controle de TB, mas também na validação dessas inovações tecnológicas, antes de sua comercialização no país e/ou de sua implementação nos Programa de Controle de TB no País.


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